O pagamento em análise - Live com Psicosomados

14/10/2020

Um analista paga algo para operar seu trabalho. Isso quer também dizer que pagar é renunciar a alguma coisa. O que um analista gasta, perde ou renuncia para poder operar? O que nos traz para a questão seguinte - perigosamente suposta como complementar: pelo que um analista cobra pelo seu trabalho? De saída, caberia desarticular estas duas esferas. Um analista não cobra pelo que ele gasta (ainda que esteja submetido ao mesmo regime econômico vigente).

Acrescentemos ainda a terceira dimensão da questão: para além de interrogar pelo que um analista cobra, precisamos agora cuidar de duas outras questões: não apenas "pelo que" um paciente paga sua análise (pergunta que aponta para um trabalho, um objeto, um "x" em jogo nesse processo) mas, igualmente importante, "com o que" paga sua análise? De que perdas (e ganhos) estamos falando neste emaranhado de questões que não devem ser lidas como justapostas?

Para além das aberturas que a conversa há de produzir, gostaria de desdobrar algumas das significações mais recorrentes que acompanham o campo do pagamento de uma análise, tanto do lado do analista quanto do analisante.

Na próxima 4ª feira trarei estas e outras questões para exercitar a necessidade de abertura que este tema me solicita em uma conversa com os colegas do Psicosomados: Antonio e Daniela. Aos que se interessam pela questão da formação do analista, bem como a quem se sente interpelado pelo tema, sintam-se convidados.