Coordenadas para uma leitura dos movimentos da sedução

10/11/2021

* Texto publicado na Biblioteca do Instituto VOX de Pesquisa em Psicanálise

Resumo: A sabedoria popular e os dicionários legaram à palavra sedução uma reputação pouco digna. Ora significada como "convencer com arte e manha, persuadir com astúcia, sob promessa de vantagens", ora associada a "enganar, corromper e subornar", é possível dizer que somente uma pequena parte da sedução se enlaça a essas acepções. Acontece sedução toda vez que uma diferença irrompe em uma articulação significante, seja através de uma subversão, uma escansão, uma disjunção de sentidos. Trata-se de um efeito sutil: ela faz vacilar uma ligação mais do que retificá-la; ela inclui uma ambiguidade mais do que substitui um sentido por outro; ela produz uma triangulação, na qual o referente original se torna incerto. Deste modo, a sedução é o efeito decorrente de uma abertura que força um rearranjo das referências que organizam e sustentam um determinado sentido e convoca o sujeito em sua divisão como falante. Neste percurso, este se vê deslocado em sua relação com a língua: seduzido.

Neste trabalho, propõe-se uma introdução a este campo a partir da proposta de pensar a sedução como um efeito indissociável das condições da trama significante e da relação que o falante sustenta com esta estrutura. É o caso aqui de propor uma incursão em busca da história do termo para, a partir daí, recolher sua potência e seus impasses para um início de reflexão com o campo clínico.

Palavras-chave: sedução, psicanálise, linguagem


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